Review: Filme Precisamos Falar sobre o Kevin (CONTÉM SPOILERS)

Sinopse: Eva (Tilda Swinton) mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho. Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temorosa, evitando as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da época em que era casada com Franklin (John C. Reilly), com quem teve dois filhos: Kevin (Jasper Newell/Ezra Miller) e Lucy (Ursula Parker). Seu relacionamento com o primogênito, Kevin, sempre foi complicado, desde quando ele era bebê. Com o tempo a situação foi se agravando mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.

"Já que qualquer mudo é, por definição,  fechado em si mesmo e, para quem vive nele,  é também tudo o que existe." 

Já começo dizendo que não li o livro. Não sou perita, portanto, já me desculpo se eu ofender alguém que entenda mais do assunto (psicologia) do que eu. 

Acredito que o livro seja BEM mais completo do que a adaptação (obviamente), então há muitos fatores no filme que eu entenderia melhor com a leitura do livro (pretendo, em breve). 

Creio que a Eva nunca gostou do filho dela. Isso é uma visão que ela me passou no filme, e não vi nenhum motivo para essa aversão. 

Só que tem o fato do Kevin nunca ter gostado dela também.  Me pareceu algo surreal, que um bebê, uma criança, tenha esse tipo de aversão pela mãe.  Desde muito pequeno o Kevin já é super dissimulado, manipulador. Ele pegou uma cisma com a mãe dele que me é muito difícil de entender.....

A Eva talvez tenha passado por uma depressão pós-parto (?) Então talvez esse seja um motivo pelo qual o relacionamento dela com o filho sempre tenha sido estranho. 

Mas por mais fria que ela seja com ele, eu não sei, não consigo encontrar algum grande fator que explique essa psicopatia do Kevin. Ele tem uma boa vida, um pai  que, apesar de ser muito pouco presente, o ama. Tem uma irmã super fofa (que eu queria pra mim), etc. 

Esse filme me arrepia.

Eu realmente acho que foi algo com o qual o Kevin já nasceu. Esse "desejo" de machucar as pessoas, de não querer ser feliz, de manipular. 

Parece que ele gosta de jogar com as pessoas, como se tudo fosse uma brincadeira. Gosta de sentir a tensão nelas, o medo. 

Mas uma coisa que me incomodou MUITO foram os pais dele, na verdade mais o pai do que a mãe (por incrível que pareça). 

A mãe dele sempre teve algum problema com o garoto e isso fica bem explícito. E é óbvio que ela gosta mais e um filho do que do outro, motivo pelo qual o Kevin se ressente tanto a ponto de tentar matar a irmãzinha (antes de conseguir realmente faze-lo).  

Acredito que a mãe dele NUNCA tentou, e digo verdadeiramente, ama-lo. Em algumas cenas podemos ver ela até levando-o para alguns programas de mãe e filho, mas o Kevin como sempre consegue ver o quão falsa é aquela tentativa. 

E o que podemos dizer do "pai do ano"? Sendo sincera, o pai do Kevin consegue ser um personagem tão apático quanto a Eva. Tudo pra ele está bom, não tem nada de estranho acontecendo ali dentro da casa, Eva e Kevin se amam, Kevin ama Lucy. Todos se amam.

Ele é aquele tipo de pessoa que se nas aparências está tudo ok, na vida real também. Tinha umas horas que queria esganar ele! A obrigação dele tanto quanto a da Eva era se dar conta de que tudo naquele ambiente estava errado, e procurar fazer uma terapia familiar. Porém, não acho que iria adiantar alguma coisa.

Eu queria saber, realmente queria saber o que o Kevin tinha na cabeça. Por quê matar pessoas que nunca fizeram mal a ele? Por diversão?

Matar o pai e a irmã, que eram as pessoas que tinham algum tipo de sentimento por ele? 

Eu fiquei chocada. Não parei de pensar quais foram as razões dele, porque pra mim não faz muto sentido já que é uma questão puramente psicológica.

Esse filme mexe muito com psicológico, já aviso. Ele nos faz indagar, querer entender o ser humano e seus motivos ocultos. Explora essa relação familiar conturbada. Queria muito dar uma espiada na mente do Kevin, pois ninguém acorda assim de um dia para o outro e resolve matar várias pessoas inocentes.

Ele sabia muito bem o que estava fazendo, agiu friamente. 

Talvez eu nucna vá descobrir no final das contas. 

Para quem se interessar pelo livro: 

Skoob

Essa capa é maravilhosa, mas já não é mais comercializada por causa do filme (isso sempre acontece ne?) Eu queria muito ter ele nessa capa um dia.